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Compostagem
A compostagem é o processo em que os microrganismos transformam a matéria orgânica em algo semelhante a uma terra escura e macia, que retém a humidade, designada por composto, utilizável como corretivo orgânico do solo.
É um processo 100% natural, graças ao qual vegetais, folhas de jardim e plantas secas ganham uma nova vida, transformando-se em composto para fertilizar a terra. Este processo contribui também para o enriquecimento do solo e para a diminuição da quantidade de matéria orgânica misturada com os resíduos urbanos, a qual representa atualmente cerca de 49% desses resíduos do concelho de Santarém.
Quanto tempo demora o processo de compostagem?
O tempo de degradação da matéria orgânica varia, estando dependente dos diversos fatores, tais como: temperatura, oxigénio, humidade, dimensão dos resíduos orgânicos. Se todos os fatores estiverem em níveis ótimos, o processo de compostagem estará concluído em cerca de 2 ou 3 meses.
Que resíduos deve utilizar?
De modo geral, quase todos os materiais orgânicos podem ser colocados no compostor, os biorresíduos proveniente da sua cozinha, jardim ou quintal podem ser colocados no compostor. (Cascas da fruta, dos legumes, relva, troncos, folhas secas e até as borras do café!)
Há, no entanto, alguns cuidados a ter em conta para que o processo decorra sem perturbações. Por exemplo, se depositar ossos ou espinhas no compostor poderá atrair ratos ou outros animais indesejáveis ao processo.
Os resíduos que podem e devem ser compostados são, normalmente, classificados de “Verdes” que são ricos em Azoto (N) e de “Castanhos”, ricos em Carbono (C), conforme o teor de humidade e a proporção de nutrientes. A relação entre o carbono e o azoto é a chave principal que influencia todo o processo e a qualidade do composto final, pelo que para que a compostagem decorra da melhor forma, convém ter a maior diversidade de resíduos possível numa proporção igual de Castanhos e Verdes.
Da casca ao caroço, a girar até ao composto
Antes de começar a fazer compostagem, saiba quais os resíduos orgânicos que podem ou não ser utilizados.
– Folhas verdes;
– Restos de vegetais crus e frutas;
– Restos de relva cortada
– Borras de café e sacos de chá;- Restos de plantas (sem doenças nem pesticidas)
– Hortaliças;
– Cascas de ovos esmagadas
– Restos de Pão;
– Flores.
Geralmente secos e ricos em Carbono
– Folhas secas, cascas de árvore e serradura;
Palha e erva seca;
– Pequenos ramos de podas;
– Aparas de madeira;
– Restos de frutos secos;
– Cascas de batata;
– Guardanapos e outros papéis não plastificados.
NÃO PODEM SER COMPOSTADOS
– Restos de comida cozinhada (carne, ossos ou peixe);
– Plantas doentes ou com sementes;
– Cortiça;
– Carvão, cinzas e beatas;
– Produtos lácteos;
– Produtos gordos (restos de queijo, manteiga ou molhos);
– Restos de plantas tratados com produtos químicos;
– Excrementos de animais domésticos;
– Medicamentos;
– Resíduos não biodegradáveis (plástico, vidro, metal, pilhas, tintas, têxteis, etc.).
Os fatores que influenciam o processo de compostagem
Para que o processo de compostagem decorra em boas condições e para que seja mais rápido, é necessário assegurar que os microrganismos têm as condições ideais para se multiplicarem e decomporem a matéria orgânica depositada no compostor. Entre os vários fatores possíveis, mencionamos abaixo aqueles têm maior influência na eficiência do processo de compostagem.
TEMPERATURA
A degradação dos resíduos orgânicos por parte dos microrganismos leva a variações de temperatura pelo que, valores elevados maximizarão a eficiência da degradação e higienização dos materiais. Caso não tenha um termómetro, pode aferir os valores deste fator colocando no interior da pilha um tubo de ferro ou equivalente e aguardar alguns minutos. Ao retirar, se este estiver quente mas não queimar, a temperatura é a ideal. A temperatura ideal deverá situar-se entre os 60 e os 65ºC.
OXIGÊNIO
A compostagem é um processo biológico que necessita de oxigénio, sendo por isso necessário fornecer aos microrganismos o oxigénio que precisam para os seus processos metabólicos e respiratórios. Para tornar o processo mais rápido é necessário haver um arejamento frequente que garanta a circulação do oxigénio por toda a pilha e evite o surgimento de maus odores. No entanto, se o arejamento for muito intenso, vai ocorrer perda de calor e uma redução rápida do teor de humidade. Revirar a pilha de compostagem e remexer os resíduos orgânicos é uma das formas de arejar e fornecer o oxigénio necessário para o processo. Este procedimento ajuda a eliminar os maus cheiros e acelera a decomposição dos materiais.
HUMIDADE
Para que os microrganismos possam atuar eficazmente, a pilha de resíduos orgânicos deverá ter alguma humidade, a qual varia em função das condições climatéricas (períodos de calor ou de chuva intensa) e do tipo de resíduos colocados no compostor. O excesso ou a carência de humidade não é favorável à atividade dos microrganismos. Uma pilha de compostagem demasiado húmida torna o processo de decomposição mais lento e produzem-se maus odores, uma pilha demasiado seca resulta numa diminuição de atividade dos microrganismos, com a possibilidade de haver uma inativação dos mesmos, o que fará com que o processo de decomposição pare. Verificar regularmente o teor de humidade é essencial para garantir que estão reunidas as condições necessárias para que o processo de compostagem decorra sem problemas ou para resolver problemas que possam surgir durante o processo. Os níveis de humidade podem ser testados recorrendo ao “Teste da Esponja”. Siga as dicas da Compostina.
TAMANHO DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS
Ao cortar os resíduos orgânicos em pequenas porções, aumenta-se a superfície de contato com os microrganismos o que resultará num aumento de eficiência da decomposição. Contudo, se as partículas dos resíduos orgânicos forem demasiado pequenas, estará a potenciar a compactação o que limitará a circulação de oxigénio e água na pilha. Materiais de estrutura (ramos) ajudam a garantir uma distribuição adequada (não em excesso).
O que resulta do processo de compostagem?
No final da compostagem, os resíduos orgânicos biodegradáveis originam um material orgânico, parecido com terra, de cor escura, sem odor e rico em nutrientes, com excelentes qualidades fertilizantes. A este material chama-se “COMPOSTO”.
Como utilizar o Composto?
Há duas formas principais para utilização do composto: como um corretivo de solo ou como substrato.
- Corretivos de solo: são materiais acrescentados ao solo para melhorar as suas propriedades físicas e estruturais; os efeitos dependem da matéria orgânica contida no composto.
- Substrato: são materiais diferentes do solo e que proporcionam o crescimento de plantas.
Dependendo do uso e dos tipos de plantas o composto produzido pode ser utilizado em hortas, vasos de plantas, canteiros, relvados e na plantação de árvores e arbustos.
Compostagem Doméstica
A Compostagem Doméstica destina-se à utilização de um compostor doméstico de 400l, por parte de munícipes que manifestem interesse em aderir ao projeto.
Compostagem Comunitária
A Compostagem Comunitária destina-se à utilização e partilha de um compostor comunitário por diferentes agregados familiares.